quem diria, meu amor?
eu e genet, duas em uma
suor, sangue, odor e cerveja
“–me he olvidado de la bella luna!”
– mó papo nada a vê, furado, morô?!
fechô!"
porque há o direito
a:
não ter, poder e animar
o coisar pulsante, pululante
da coisa (que é santa e loca)
porque há o direito de:
soar absolutamente anônimo
como o silêncio
entre os
– espaços –
que tocam os dedos vendados
(poesia discreta e versátil,
zero afeminada,
procura:)
poema sobre poema
palavra sob palavra
isso, é só querer dizer essas coisas
e não outras
(II)
quero chamá-lo poema
quero chamá-lo xereca
quero chamá-lo qualquer coisa séria, muito
seria pouco pra tentar:
ele pulou da janela do pala-
VREADO
– o dano causado
porém foi pouco
– invalidez semântica
carimbado na carteira
de trabalho
sim, sinhô
-rita!
-rita!
quero chamá-lo caeiro
quero chamá-lo viadu
quero chamá-lo nuchaku
ninja
quero chamá-lo pikachu
quero chamá-lo jaspion
traficante humanista
triângulo retângulo
quadrilátero
cabelelero
do espaço
(III)
quero nomeá-lo segundo
as circunstâncias
quero iniciá-lo segundo
seu uso primeiro
(ele é vazio e incompleto
por si mesmo, já basta
isso por si só
vela,
eletricidade,
candelabro,
candeeiro...)
protex azul
quero desvendá-lo, sonho de
maria, beijo do judas,
olho de araruta,
café,
cachaça,
amarula
acabou-se o fim!
instaurou-se o reino do meio!
tudo inacabado
entre nós três...
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