domingo, 9 de dezembro de 2012

poemas cracudos (parte 0)



derreteu...
essa é a sensação

todos os olhos voltados pra mim
      eu sou o centro do universo
deus me escolheu pra nomear
                     os sem nomes

já é quase manhã
céu roxo, róseo e lilás
 guardiões e sentinelas
            já se renderam

a lua se escondeu
na costa do horizonte
 (ontem liquefeito hoje
    em forma de orvalho)

ninguém e nada entre
linhas
plataformas
trens
cuidado com o vão
entre...

plantado na boca
o assassino me beja
é dele a vida cuspida em semente
um quiçá moreno dentro da minha boca
que custou vinte reais, somente, nem!

ah, genet! eu sô mais suja que tua nossa senhora!
ai, rimbaud! quem me arrombô no teu barco à deriva?

eu não tenho medo do vazio sonoro da folha
do traçante vermelho da cápsula na cabeça
da pedrada fumuda em dezideia burlesca
nem da certera metamorroida no vaso


sô anja varejera, meu amor!
  
ó, père lachaise! ó, caju e jão batista!
ó, irajá! ó, ricardo de albuquerque!
ó, sonhos exumados de persefone!

lida e morta
ou morta e lida?
ou os dois?
ou nenhum dos dois?.
tanto fez ou faz!
o que fiz, afinal, eu?
nada, da vida, nada!
nada que prestasse!
nada à vista!
veja
satélites rastreando o olho do meu cu
anúncio de fejão em tripé-falo alienígena
waly salomão empreguete de allen ginsberg
(ó, drummond! os suicidas estavam certos!)

o que seria deste poema de merda
se (eu) não estivesse incompleta?

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