(I)
a anta tem a piroca
desproporcional ao
seu
tamanho
genital
o som tem
a velocidade do
corpo em chamas
na atmosfesra red-bullica
com vodka e gelo
na balada
na balada
– eu sei de minhas
verdades absurdas
em comparação com
a comparação das verdades
restantes. eu sou
a prova viva da poesia
embranquecida
amulatada
e negra – não, negra não!
genet e wilde jamais
sonhariam minhas
lamúrias tropicais!
mas eu
sou
mais
(II)
não espere promessas, recompensas
vestígios daquilo que eu
um dia fui
ó, o barco bêbado de rimbaud
passou e foi-se...
(jamais chuparia verlaine
por ser passiva e parda,
jamais daria prum
índio maludo ou dumdum,
se não pudesse aguentá-lo-la
--digo, sua caralha!)
tupi or not tupi
– eis a questona!
ai, na central do
brasil os sinos dobram!
a pegação no pan-ban-
quinho da hebe passa
impune
e eu sou tão teu king
tão brabuleta sonhada
e sonífera
velha angela pralini avistando
de costas pra frente, no trem,
us viaciadu desalinhadu
na linha de
ogum
(ah, meu pai! valei-me!)
sou a pós-modernidade tardia
que não existe (como dizem)
que é apenas um conceito
ou seja lá
o que é
ou for
na gira da
agoreidade
sou a tendência da
neve e suas
brancas cores distintas
pra cada ocasião
sou a cracolândia
personificada
em nossa senhora das flores
ou: rebeca vênus da
barroquinha
(III)
sou apocaetanisíaca
em outras palavras
sou junqueira freire
esquecido no claustro
as escumas, de castro alves
– navio negreiro, queru sê não!
sou salvador
salvadora
daqui
dali
oxê
ói
aí
ó
a sacizêra da barroquinha
barroquista zica brasilera
jamais existida pois
ninguém jamais a
viu, nem há
de ver
ora
vê
só?
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