terça-feira, 4 de dezembro de 2012

poemas cracudos (parte II)


(I)

a anta tem a piroca
desproporcional ao seu
tamanho 
genital


o som tem
a velocidade do
corpo em chamas
na atmosfesra red-bullica
com vodka e gelo
na balada

– eu sei de minhas
verdades absurdas
em comparação com
a comparação das verdades
restantes. eu sou
a prova viva da poesia
embranquecida
amulatada
e negra – não, negra não!

genet e wilde jamais
sonhariam minhas
lamúrias tropicais!
mas eu
sou 
mais 


(II)

não espere promessas, recompensas
vestígios daquilo que eu
um dia fui

ó, o barco bêbado de rimbaud
passou e foi-se...

(jamais chuparia verlaine
por ser passiva e parda,
jamais daria prum
índio maludo ou dumdum,
se não pudesse aguentá-lo-la
--digo, sua caralha!)

tupi or not tupi
– eis a questona!

ai, na central do
brasil os sinos dobram!

a pegação no pan-ban-
quinho da hebe passa
impune

e eu sou tão teu king
tão brabuleta sonhada
e sonífera

velha angela pralini avistando
de costas pra frente, no trem,
us viaciadu desalinhadu
na linha de
ogum

(ah, meu pai! valei-me!)

sou a pós-modernidade tardia
que não existe (como dizem)
que é apenas um conceito
ou seja lá
o que  é
ou for
na gira da 
agoreidade

sou a tendência da
neve e suas
brancas cores distintas
pra cada ocasião
inuí

sou a cracolândia
personificada
em nossa senhora das flores
ou: rebeca vênus da barroquinha

(III)

sou apocaetanisíaca
em outras palavras
sou junqueira freire
esquecido no claustro
as escumas, de castro alves
– navio negreiro, queru sê não!

sou salvador
salvadora
daqui
dali
oxê
ói
ó

a sacizêra da barroquinha
barroquista zica brasilera
jamais existida pois
ninguém jamais a
viu, nem há
de ver
ora
só?

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