domingo, 17 de fevereiro de 2013

indecência big brother (desde 2013)

ele, lá do outro lado me vigia: me vislumbra menina selvagem, descaptando o calor que verdadeiramente  irradia marrom na minha pele sonora in 3-D. ele, lá do cúmulo do outro lado, não tem noção do monte de tesão que me provoca quando ele dança ela dança eu danço; do meu amor pela música popular --seja lá o que isso for --, nem desconfia do tamanho dos meus pesadelos indescritíveis, do quanto sou doce, dengosa e polida...

ele, béla bulosi e crepúsculo embaralhados num só -- a linda rosa juvenil no despertar da primavera árabe online. ele, caminhando, lá longe, imune aos meus de choros de cuíca; ele, passa distante e batido à pequenez  dos meus sonhos e milagres de avuada passarinhinhinha; ele, que nem desconfia do quanto só me valeria a morte, se antes da cova, eu escutasse pela última vez, ao menos, umas quatro dúzias e meia de cartola, pra não ter de bater as botas, boladona, praquilo que eu indistintamente nomeio outra vida .

ele -- virou caso pessoal, desapropriação à força do meu olho mais cego e sincero.

ele... passou por aqui faz tempo, parece, e inevitavelmente esquecera de mim assim, mais rápido do que supunha imaginar a duração das coisas que jamais pertencem, nesses dias velozes e ainda mais furiosos. ele -- queria que eu preenchesse, pontuasse, normativamente, categoricamente tudo aquilo que eu devaneava que eu seria pra ele, se ele fosse, se ele me... --

se ele me... -- ô glória!

se ele não me faltasse palavras, talvez, a minha tentativa soasse mais decente...

  

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