quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

desaportamentos

"oi. fui redirecionado para o mesmíssimo lugar pela quin-quá-quá-gésima vez - e agora qualé da próxima etapa? quê que vai rolar? será que vou ter que desenhar pra ser mais claro ou obscurecer. cê fala minha língua? cê escuta pelo menos? por que não colocam aqui uma placa ad-infinitum ou eterno-ciclo-de-lugar-nenhum pra poupar tempo dos out..."

"não sei. acho que o problema da primeira pessoa é exatamente a inexistência de uma primeira pessoa. o eu contempo-urânio tornou-se um ponto de referência, vício de linguagem processado, metafóra mal compreendida. ou não sei o quê. o eu não passa de um eles no singular..."

"e é tudo culpa da explosão de informações que veio com o advento da internet. masturbação imagética noir, máscara feiosa libero-facista, propaganda hipnótica invisível, playground de coorporate-pedofilia..."

"uma noite, no único restaurante sci-fi 24-h de uma cidade distante e remota, sentado ao lado do piano bar um grupo de amigos conversa à mesa: por quê não organizamos uma passeata bareback e botamos pra fuder, disse o que estava sentado de costa pra parede de vidro. eu não quero ser alvo de nenhum movimento neo-petencostal-facista, nem de políticos there-is-no- business-like-show-business-líderes-absoluto-de-audiência, menos ainda do telejornalismo das 19:45, disse o que estava de frente ao piano bar. pelo menos a gente vai poder contar com a galera da igreja católica, disse o menos interessado. no momento que a pizza gigante de rúcula com tomato seco havia chegado eles esqueceram do assunto e prefiriram tomar coca-cola..."

"a nano-tecnologia é uma cópia de mal gosto dos seriados japoneses..."

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